domingo, 13 de abril de 2008

Boletim de Noticias do Apostolado Brasileiro de New York

Dona Jesus indicada para o Premio "As Notaveis 2011".  Dona Jesus, de nossa comunidade está concorrendo ao prêmio "as notáveis 2011". Este prêmio é concedido aos brasileiros que se destacaram no serviço à comunidade brasileira nos Estados Unidos. Ela merece o nosso voto.
Visitem o site:
www.asnotaveisusa.com
e Votem, por favor. Ela está representando o estado de New York.
Ajudem-nos a divulgar.
 



Celebre o Ano Novo conosco:
31 de Dezembro: Missa com as 3 comunidades: 7:30 pm.
01 de Janeiro: Missas: 7:30 am: Inglês; 9:00 am: Inglês; 10:00 am: Espanhol; 11:15 am: Inglês; 12:30 pm: Português.
Dia 06 de Janeiro: Primeira Sexta-feira do mês: Missa da Saúde, às 7:30 pm. Inicie o Ano Novo pedindo a Deus o dom da saúde. Convide seus amigos para participarem conosco. Ajudem a divulgar.


 
Novena do Natal 2011É com alegria e bênção de Deus que estamos nos aproximando do final de mais um ano. Convidamos você e sua família para participar da Novena do Natal deste ano, onde teremos a oportunidade de louvar e agradecer a Deus, pelas bênçãos recebidas durante o ano e também, de juntos como Igreja e Família, prepararmos os nossos corações para celebrarmos o verdadeiro sentido do Natal, que é a vinda do Senhor.
A novena de Natal deste ano acontecerá de 01/12 à 09/12. Para receber um grupo em sua casa, favor entrar em contato com Eliete após as missas ou pelo telefone: (212)851-6170
Contamos com sua participação! Ela será, com certeza, especial ao olhos de Deus. Que Deus Pai, Filho e Espírito Santo abençoe você e sua família.


Ana Teixeira Alves Terminou a Novena de Natal .Passamos nove dias em oracao,escutando os conselhos do nosso Conselheiro Admiravel. Rezamos e pedimos juntos apredemos muito de Deus e um pouco de cada um. Que esta uniao continue e que renove em nos a esperanca de dias melhores e a confianca que JESUS esta sempre conosco. Que possamos ser muito mais irmaos e que nossa uniao seja verdadeira durante nossas vidas .Obrigado a todos voces que abriram as portas de suas casas ,pelos novos amigos,pelas coordenadoras Mara e Ruth por todos estes momentos de amor e uniao que Nosso Senhor Jesus Cristo nos abencoe !


Eliete Jeronimo  Missa em Ação de Graças, encerramento da Novena de Natal 2011, igreja Santa Rita de Cássia. A missa foi muito linda! Tudo feito com muito carinho para agradecer a Deus pelos nove dias de caminhada, onde juntos, como familia, agradecemos a Deus por todas as bençãos derramadas em nossas vidas e de nossas famílias. Que o Menino Jesus continue presente em cada lar e principalmente no coração de cada um. “Um Menino nasceu para nós… e foi-lhe dado um nome: Conselheiro Admirável, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz” (Is 9,5) 




Shining Star 2011: LUIZ FERRAZ DE CAMPOS NETO Neto, nasceu em 18 de dezembro de 1958, em São Paulo, Brasil, neto de imigrantes libaneses. Ele é filho de Haroldo Ferraz de Campos e Tereza Miguel de Campos, e tem dois irmãos, Haroldo Jr., que vive no Brasil, e Ana Paula, que vive aqui nos Estados Unidos. Neto foi criado no seio de uma família católica, onde aprendeu os fundamentos da vida Cristã, indo à missa todos os dias com sua avó Maria.

Em 1984, Neto viajou para o Texas, a negócios, e em seguida veio a Nova Iorque para visitar sua amiga Palmira, antes de retornar ao Brasil. Nesta ocasião conheceu Celia, por quem se apaixonou. Poucos meses depois, ele retornou a Nova Iorque.
Neto e Célia casaram-se no dia 25 de março de 1985. O casal tem duas filhas, Barbara (24) e Juliana (21). Em 2005 eles casaram-se na Igreja Católica, numa belíssima cerimônia presidida pelo Pe. José Carlos da Silva. Veja as fotos.
Clique aqui para ler a materia completa.

Descanse em Paz, Pituca. Hoje, 13 de outubro de 2011, faleceu a nossa querida "Pituquinha". Ontem, eu a ungi. Pituquinha, descanse em paz. Receba do Deus da vida o grande abraço de Pai. A senhora venceu o bom combate! Saudades eternas. Te amamos Pituquinha, e sei o quanto a senhora nos amava também. Via a sinceridade em seus olhos, que se fecharam para nós e se abriram para a verdadeira Luz do Mundo. O velório será no Domingo, dia 16 de Outubro, das 3:00 pm, às 8:00 pm, na Quinn Funeral Home, Broadway, ao lado da Igreja Most Precious Blood.Os que pertencem à comunidade brasileira de Astoria, Nova York, com certeza, se verem as fotos dela, irão se lembrar quem é ela. -Pe. Jose' Carlos da Silva. Veja as Fotos.



Missa de despedida do Padre Checon- dia 02 de Outubro, as 12;30 pm. Ele estara' retornando para o Brasil nao dia 17 de outubro. Sim, vamos todos dizer um adeuzinho a um pai querido que ajudou muito a Comunidade Catolica de Brasileiros em Queens sempre nos dando carinho e apoio espiritual. Veja as fotos da Missa e do Jantar.


Catequese inicial: Iniciaremos no próximo Domingo, 25 de setembro, às 10:30 am os encontros em preparação para a Primeira Eucaristia para as crianças. Se o seu filho ou sua filha ainda não receberam a Primeira Eucaristia, ainda há tempo para inscrevê-los.

Padre Jose Carlos da Silva recebe homenagem do Borough of Queens- O padre Jose Carlos da Silva foi homenageado dia 8 de setembro de 2011, pelo Office of the President Borough of Queens, City of New York, por relevante servicos prestados  no sentido de preservar a cultura brasileira em Queens, NY. Veja as fotos.




JMJ Madrid 2011- A Jornada Mundial da Juventude foi criada pelo Papa João Paulo II em 1985 e consiste numa reunião de dezenas de milhares de pessoas católicas , sobretudo jovens. O evento é celebrado a cada dois ou três anos, numa cidade escolhida para celebrar a grande jornada em que participam pessoas do mundo inteiro.

Com Tema “Enraizados e Edificados em Cristo, Firmes na Fé”(Col 2,7), a JMJ 2011 acontecerá em Madri de 16 a 21 de Agosto e em 2013 a 28ª Jornada Mundial aconterá no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.
A Igreja Santa Rita de Cássia está representada na JMJ por um grupo de 17 jovens, sendo estes jovens da Comunidade Americana, Espana e Brasileira. A Comunidade Brasileira será representada por Gabrielle, Pedro, Nilton Lucas, Renato, Bruno e Alexandre.
Agradecemos a Deus por esse chamado e pedimos a Ele que derrame chuvas de bênçãos sobre todos jovens para que eles sejam tocados e compreendam o que é o Verdadeiro Amor. E que a “Luz de Cristo” ilumine seus caminhos e que eles possam ser exemplos vivos de que com Fé e Amor somos capazes de mudar a vida das nossas famílias, das nossas comunidades, da nossa Igreja e do nosso País.
Agradecemos ao padre José Carlos, a Irmã Erlinda e a todos participantes da Comunidade que contribuiram de forma direta e indireta para que esses jovens pudessem participar desta jornada.
Que Deus abênçoe a cada um. Veja as fotos de nossos jovens em Madri. Texto by Eliete Jeronimo






Padre Jose' Carlos da Silva eleito Notavel 2011.
O padre Jose Carlos da Silva foi eleito para receber o trofeu Os Notaveis 2011.
Caros amigos,
Paz e bem!
Obrigado pelos votos e pela confiança. Ofereço este titulo a todos os imigrantes brasileiros, que como eu, fazem a experiência, neste pais de buscarem incansavelemnte realizar a vontade de Deus, principalmente ajudando a quem mais precisa da Palavra e da solidariedade. Obrigado de coração.
Pe. José
Jose Carlos da Silva


Jose Carlos da Silva-
Este jantar é organizado pela Catholic Migration Office, Diocese of Brooklyn. É um momento muito bonito da vida da Diocese. A nossa Diocese, devido ao grande número de imigrantes, tem um "rosto" muito bonito: o rosto da diversidade das linguas, das culturas, do amor.


Grupos e Pastorais da Comunidade
Equipes de Nossa Senhora (casais casados na Igreja): Sabado. Contactar Denise Silveira. 646. 207 5242
Jesus Misericordia: Sabado. Contactar Sonia Pereira.Telefone: 347 724 0972
Jesus Sacramentado: Sabado. Contactar Cesar Queiros. Telefone: 646. 423 2525
Novena Sagrada Face: Terca-feira. Contactar Odete Bernardes. 917-885-4529
Grupo de Casais (casais nao casados na Igreja): Sabado. Contactar Luiz Silveira. 646.207 5242
Novena de Nossa Senhora Aparecida: Terca-feira. Contactar Sueli Pereira- 718-412-2025
Homens em Oracao: Quinta-feiras. Contactar Pe. Jose' Carlos- 718-706-0216
Grupo da Rosa Mistica: Segunda-feiras. Contatar Renata (718) 268-6241 ou Raimunda (718) 626-0936

Igreja Santa Rita Diocese de Brooklyn - Apostolado Brasileiro
36-25 11th Street, NY 11106 Reitoria: 718. 361 18 84 Horário: Segunda a Sexta-feira: 9:00 am às 2:00pm. Reverendo Jose' Carlos da Silva (Administrador). Fale conosco: Neto (coordenador leigo da comunidade) innergaze@verizon.net Padre Jose Carlos da Silva pe_jcs@hotmail.com Nair (secretaria da comunidade) nmcarisma@hotmail.com Davysantos (blogmaster) davysantos@yahoo.com

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Prata da Casa- DONA JESUS

Sou Maria de Jesus Silva de Albuquerque. Eu vim de Parnaiba, no Piaui, onde eu nasci. La' eu administrei 185 trabalhadores na construcao do Cortume CoBrasil. Trabalhei la' por uns tempos e depois fui para a Prefeitura de minha cidade, onde fiquei encarregada do Servico Social, que cuidava dos pobres e da distribuicao de alimentos para as escolas. Foi nessa epoca que eu criei a Pastoral do Idoso e da qual sou a presidente ate' hoje. Eu tenho um carinho muito especial por idosos e por criancas. Esta pastoral e' mantida por mim ate' hoje, e funciona numa sala da igreja de minha cidade. Todo os meses eu envio dinheiro para eles. Atualmente, quem esta' tomando conta da pastoral e' a Rosinha, mas como nunca fizeram uma eleicao, eu continuo sendo a presidente. Meu sonho e' transformar essa pastoral em uma fundacao.

Cheguei em Nova Iorque no dia 26 de janeiro de 1999, e atraves da Olivia, que esta' no Brasil, eu conheci a Aurita e Marinelia. Quando elas ficaram sabendo do meu trabalho com os idosos no Piaui, elas organizaram algumas festas e com a renda e colaboracao das pessoas que elas convidavam, compramos um terreno e um dia, se Deus quiser, vamos construir uma sede para a nossa pastoral.

Aqui, na nossa comunidade, juntamente com Alessandra, Vera, Edite e Angela, eu cuido do Cafe' da Manha, que e' servido depois da Missa das 9:00 da manha. Esse cafe' esta' sendo servido a cada dois meses, mas eu estou lutando para ver se a gente passa a fazer esse cafe' uma vez por mes, aproveitando para comemorar os aniversarios do mes. Para essas coisas, o mais dificil e' a mao de obra, e isso, gracas a Deus, o nosso grupo da' conta. A parte financeira, a gente da' um jeitinho. Tem a Edite que tem nos ajudado muito ate' agora.

Iniciamos este Cafe' da Manha com a despedida de Da. Ana, a mae da Cleide. Desde entao, temos mantido esse servico. Recentemente, fizemos a comemoracao do aniversario do nosso querido padre Jose' Carlos. que foi uma maravilha. O proximo agora vai ser o do dia 7 de setembro e o ultimo deste ano, segundo o calendario feito pelo nosso padre, sera' o do dia 02 de novembro. Espero que para o proximo ano a gente possa realizar este cafe' da manha uma vez por mes e que possamos comemorar os aniversarios do mes.

Alem disso, eu faco parte do Grupo de Oracao Jesus Sacramentado, coordenado pelo Cesar, atraves do qual a gente faz um trabalho de intercessao para a cura de pessoas que estao passando por uma situacao dificil de qualquer natureza. Nos reunimos todos os sabados numa determinada casa e rezamos por essas pessoas. Alem disso, cada um de nos, reserva 15 minutos de sua rotina diaria para rezar por essas pessoas. Temos uma relacao com os nomes dessas pessoas que pedem nossas oracoes, e a gente intercede por elas todos os dias. Esse grupo esta' aberto para a participacao de qualquer pessoa que queira fazer este trabalho de intercessao. E' so' procurar o Cesar e conversar com ele. Por falar nele, voce precisa assistir uma pregacao dele. O Cesar prega divinamente bem.

sábado, 22 de março de 2008

Manha de Evangelizacao do Projeto Pequenos Pelicanos

Os coordenadores do Projeto Pequenos Pelicanos realizaram na manha de hoje, no ginasio da Escola da Igreja Santa Rita, uma Manha de Evangelizacao, organizada pelos Grupos de Casais do Apostolado Brasileiro, representado por Anne, Brunela, Kurt, Helysmar, Luis Silveira, Denise Silveira, Lelia, Luciano, Ana Mariano, e Fernanda.

O evento, que contou com a participacao de cerca de 80 criancas, devidamente acompanhadas pelos seus familiares, foi animado por Ronaldo, Gabrielle Assuncao e Fernanda Figueireido. A abertura foi feita com a oracao do Pai Nosso e a musica Vinde Espirito Santo. Em seguida, as criancas ouviram a leitura e comentarios de Ana Mariano sobre o significado da Pascoa, fizeram colagens e desenhos e participaram da procura de ovos escondidos sob uma floresta de baloes verdes. Nao faltaram pizza e suco de frutas, e bolo em homenagem aos aniversariantes do mes.

A Manha de Evangelizacao do Projeto Pequenos Pelicanos foi um sucesso que deve ser repetido mais vezes, e seus realizadores estao de parabens! Confiram as fotos, no show de slides da coluna da esquerda.

quarta-feira, 19 de março de 2008

AURITA MARIA DE OLIVEIRA- Entrevista

Davilmar- Aurita, que tal comecarmos esta entrevista pedindo a voce para se apresentar para os nossos leitores?
Aurita- Tudo bem. Me chamo Aurita Maria de Oliveira, nasci em Pedra Azul, Minas Gerais, em 20 de novembro... so' nao vou falar o ano (risos).
Davilmar- E nem deve. Antes de comecarmos esta entrevista voce prometeu nao mentir (risos).
Aurita- Tive uma infancia maravilhosa. Posso dizer que fui uma crianca feliz, gorda e pirracenta. Quando eu era pequena, pedia dinheiro para comprar coisas numa bodega que tinha perto da escola. La' em casa a gente tinha de tudo e minha mae dizia que nao ia me dar dinheiro. Mas eu pirracava tanto que ela acabava dando alguns trocados. Eu vencia ela pela pirraca. O curso primario eu fiz em Tumiritinga, perto de Governador Valadares. Depois a familia mudou-se para Governador Valadares e foi la' que eu terminei os estudos, no Colegio Prebiteriano. Depois disso, fiz o Vestibular e fui estudar na FAFI, onde me formei em Pedagogia. Cheguei a fazer estagio como professora mas nunca dei aula. Quando me formei eu ja' trabalhava numa financeira. Foi o meu primeiro emprego e durou cerca de 14 anos. Depois, prestei um concurso para o Centro Regional de Saude e fui trabalhar no setor de almoxarifado. Eramos nove irmaos: Estela, a mais velha, Zilda, Almir, eu, Nidia, Marilene, Nilton, Valmir Jose e Maria Elisa. O Almir ja' morreu. Marilene, Estela vivem aqui em Nova Iorque.

Davilmar- No Brasil, voce sempre foi essa mulher religiosa que a gente conhece hoje?
Aurita- Eu sempre ia a Igreja mas nunca estive envolvida com as coisas da Igreja. Sempre fui de ir a missa todos os domingos, na Catedral de Santo Antonio, ate' mesmo porque la' em casa, se nao fossemos a missa, a gente nao podia ir dar a volta na pracinha (risos). E na Igreja, nao tinha esse negocio de conversar muito, nao. A gente sentava e tinha de ficar quietinhos e muito comportados. A gente tinha ate' de tomar a bencao ao padre.

Davilmar- Quando crianca voce ja' dava mostra deste talento que voce tem para fazer bolos e doces deliciosos?
Aurita- A boleira na minha familia era a minha mae. Eu nao sei bem como surgiu o meu interesse por culinaria. Isso foi aparecendo aos poucos.

Davilmar- Conta como surgiu a ideia de vir para a America?
Aurita- Foi assim: a Estela ja' morava aqui, e pai faleceu em maio de 1991. Ele ja vinha doente de algum tempo e quando foi em 24 de maio e faleceu. Eu fiquei arrasada. Quando foi em agosto do mesmo ano eu operei de vesicula e falei pra mae que eu queria vir para a America. Ela disse, vamos ver Aurita, se voce vai. Em fevereiro de 1992 eu vim.

Davilmar- Voce ja' veio com o objetivo de permanecer aqui?
Aurita- Bem, eu vim para trabalhar mas, eu nao estava muito certa se ia continuar, se ia ser por muito tempo. Minha mae morreu quando eu ja' estava por aqui ha' uns dois anos e meio... e nunca mais voltei.

Davilmar- E como foi o comeco aqui em New York? voce chegou e ja' foi logo trabalhando?
Aurita- Eu cheguei em 01 de marco de 1992 e, em 23 de abril eu comecei a trbalhar, fazendo comida num apartamento na Park Avenue, 84.

Celia- A sua irma, Estela, trabalhava em que nesta epoca?

Aurita- Fazendo comida, faxina...

Davilmar- E voce ficou chocada quando soube que poderia fazer esse mesmo tipo de trabalho?
Aurita- Nao tive choque, nao tive nenhuma reacao. Nunca questionei isso. Deus me deu essa graca de saber cozinhar e e' isso que eu sei fazer e muito bem.

Davilmar- Voce ja falava ingles quando decidiu vir para a America?
Aurita- Eu sabia o ingles que a gente aprende nas escolas do Brasil, ou seja, quase nada.

Davilmar- Quando voce chegou, foi facil se integrar na comunidade, ter uma vida social regular?
Aurita- Bem, de cara eu fui logo conhecendo as pessoas que se relacionavam com a Estela, e comecei a ir a igreja aos domingos que coincidiam com as minhas folgas, isso porque o meu primeiro trabalho foi no campo. Eu cheguei em 1 de marco e comecei a trabalhar no dia 5 do mesmo mes. Trabalhei no campo ate o dia 22 de abril. Eu nao esqueco esta data. Depois disso, tive um trabalhinho que durou muito pouco e, em seguida, fui para a Park Avenue...
Celia- Nossa! que chique. Igual a minha comadre!
Aurita- Foi na Park Avenue com 84, depois fui para a 5a. Avenida com 80, e o meu terceiro trabalho foi com a Catarina, antes do acidente, na 83 com a Park Avenue.

Celia- Quem e' a Catarina?
Aurita- A minha ultima patroa...
Celia- Nossa! que intimidade! Chique do ultimo!

Davilmar- Quando voce chegou, como voce encontrou a nossa comunidade catolica aqui em Astoria?

Aurita- De cara, eu conheci a Soninha, que morava em frente a casa de Estela, minha irma. Depois disso, fiquei conhecendo Miguel e Anderson, se nao me engano, em uma das reunioes do Grupo de Oracao que, naquela epoca, eram feitas nas casas de brasileiros. Agora, a primeira vez que fui a uma igreja, aqui em Nova Iorque, foi naquela que tinha na rua 61, em Manhattan.
Davilmar- E como foi isso?
Aurita- Eramos uma turma: a Soninha, Miguel, Anderson, Regina, Elma, Lygia e umas poucas pessoas mais. Era um grupo pequeno, e como a missa era em Manhattan, a gente nao ia todos os domingos.
Kiki- So' para acrescentar um pouco mais, nessa epoca estava havendo um problema com o Metro, e demorava-se muito para chegar na Igreja. Porisso a maioria das pessoas nao estava mais querendo ir para Manhattan. A turma mais assidua era formada por, Regina, Soninha, Rosangela, Miguel e Anderson. Os demais, iam de vez em quando.
Aurita- Eu queria dizer tambem que, embora a Soninha tenha sido a pessoa que, praticamente, me encaminhou para a igreja aqui em Nova Iorque, foi a Estela quem me apresentou a todas as pessoas que ela ja' conhecia aqui, inclusive para a Soninha, que como eu ja' disse, morava em frente ao nosso predio, aqui em Astoria, na Broadway.

Davilmar- Alem dessa rotina de ir a igreja aos domingos, participar das reunioes do Grupo de Oracao e trabalhar, o que mais voce fazia para preencher o tempo? A Soninha, por exemplo, disse na entrevista dela que, no inicio, gostava muito de ir a festinhas e barzinhos com os amigos. E voce, o que fazia?
Aurita- Eu cheguei a fazer parte do grupo de amigos dela e costumavamos ir nas festas. A gente andava muito bem arrumadinhas. E' so' dar uma olhada nas fotografias daquela epoca que voces vao ver. A gente andava de mini-saias, voces precisavam ter visto.
Kiki- Elas gostavam de ir para a Panamerican, uma discoteca da moda, que tinha em Queens Boulevard.
Aurita- A gente ia pra divertir e nao nos envolviamos com nada mais alem disso. Eu gosto de lembrar desta epoca. Hoje em dia eu nao gosto de sair, mas quando saio eu me divirto. Eu sei que tem gente que vai nas festas so' pra' arranjar namorado, mas eu nao, eu vou e' pra' curtir mesmo, e nao sou daquelas que ficam pegando no pe' dos outros pra' vir embora. Tem gente que e' assim. Soninha era um barato! Ela vestia cada roupa... ela era muito divertida.
Celia- Quer dizer que ela vestia aquelas sainhas bem curtinhas da epoca?
Aurita- Nossa Senhora! voce tinha de ver! Depois que se converteu, ela entrou numa "beatice" que ninguem aguenta. (todos acham muita graca). Eu nao, eu continuei a mesma de antes, com a mesma fe' que eu tinha. Nao mudei nada.

Davilmar- Eu perguntei a Soninha o foi que fez com que ela desse essa "virada" e ela nao soube explicar.
Aurita- A Soninha se converteu e virou outra. Ela ia em cartomante, centro espirita e tudo o mais que aparecesse. No dia que ela deu um testemunho, numa das reunioes do Grupo de Oracao, ela comentou comigo, "Aurita, gracas a Deus que eu fui libertada daquela vida!"

Davilmar- Como foi que voce comecou a se envolver mais com a Igreja?
Aurita- Comecei participando das missas na igreja da rua 61. Depois, passamos para a igreja da rua 49, e participava das reunioes do Grupo de Oracao nas casas. Agora, lembrar de um momento exato de como tudo comecou, eu nao me lembro... sabe, eh tanta coisa na cabeca... Alem do mais, as coisas foram acontecendo aos pouquinhos... Quando a gente nao ia para Manhattan, nos domingos, a gente se reunia na casa de alguem, geralmente, nas segunda-feiras. A gente se reunia muito na casa da Elma e dos Pimenta. Nessas reunioes, rezavamos o Terco e depois tomavamos um cafe' com alguns biscoitos ou bolo. Do mesmo jeito que acontece agora nos encontros da Rosa Mistica. So' que a gente nao acompanhava nenhuma santa. Lembra da Cristiane, aquela que morreu no Brasil? Na casa dela a gente rezava com a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Essas reunioes eram feitas nas casas de todos os brasileiros que quisesse abrir a porta e nos receber.

Davilmar- Como foi que comecou a surgir a Igreja Most Precious Blood (MPB) na historia da nossa comunidade?
Aurita- Acho que foi com a Missa de Setimo Dia que foi rezada para a mae do Anderson.

Davilmar- Voces nao se reuniam la'antes?
Aurita- Davi, eu nao me lembro desse detalhe. Me lembro dessa missa... Pensando bem, ja' que essa missa foi rezada la', e' provavel que o nosso grupo ja' se encontrava la'. Mas nao lembro dos detalhes. Nem me lembro se essa missa foi na igreja de baixo ou na de cima.

Davilmar- Podemos dizer que esse grupo de brasileiros tinham um lider, alguem que se encarregava de marcar reunioes e determinar os passeios, etc?
Aurita- Nao... eu acho que nao... A coisa nao era assim muito rigida. Hoje em dia, por exemplo, a Rosa Mistica tem uma agenda onde sao marcados os encontros com ate' 1 ano de antecedencia. Naquela epoca, nao era assim. Eramos um grupo muito pequeno. Nossos encontros eram decididos durante a semana e cada um avisava ao outro.
Kiki- Era mais ou menos assim mesmo. Muitas vezes a gente se cruzava na rua, pois todos moravam mais ou menos perto, e um convidava o outro, "olha, vou fazer um bolo amanha. Vamos la pra casa. Avisa fulano." E esse fulano avisava outra pessoa e, quando a gente dava por fe', tava todo la'. A gente rezava o terco e depois tomava cafe' e colocava as fofocas em dia. Nao tinhamos um lider mas, tem uma coisa, se alguem queria fazer uma festa, todos recorriam a Elma para pedir uma ajuda, porque ela era muito boa para organizar essas coisas.

Davilmar- Fora esses acontecimentos rotineiros, houve algum evento ou comemoracao que tenha mobilizado o interesse de todos dessa comunidade?
Aurita- Houve uma festa junina. Outro dia eu encontrei um caderno do Anderson, no qual ele fez uma relacao com os nomes de cada um de nos e o que deveriamos fazer. E la' estava escrito, Celinha- refrigerante, Aurita, Estela e Mercia- feijao tropeiro. Era uma epoca que todo mundo fazia feijao tropeiro. A gente nao fazia esse negocio de salgadinhos. Era comida, mesmo.

Neto- Voce lembra daquela festa junina que colocaram a Celia para falar e ela falava igual uma galinha? e o povo comentava: "mas que mulher que tem uma voz franga!" (Todos acham graca.) Nossa Senhora! ela inventou de cantar uma quadrilha, lembra? ai' o Miguel chegou perto dela e falou "Celia, engrossa a voz!" (Mais risos).

Aurita
- Ah, isso ja' passou. Agora, naquele tempo, a gente era uma comunidade pequena, nao tinhamos dinheiro, mas eramos felizes. Acho que o dinheiro e' bom porque ele nos possibilita fazer caridade. Quando eu vejo aqueles predios da Igreja Santa Rita, sem nenhuma utilizacao pratica..., olha e' muito triste! Fico imaginando essa riqueza toda e a nossa diocese nao sabe distribuir... e tanta gente passando necessidade... Gente, vende isso, aluga, faz alguma coisa!
Celia- Eu acho que eles estao indecisos. Fecha, nao fecha, ou entao...eles ja' venderam e estao esperando o dinheiro...
Aurita- Nao e' justo ficar aquilo tudo ali parado, sem uso...

Davilmar- Aurita, o que voce pensa hoje sobre a nossa comunidade? Voce acha mesmo que eramos mais felizes naquela epoca, quando eramos uma comunidade menor?
Aurita- Era tudo muito diferente. Acho que eramos mais unidos. Todo se conheciam.
Celia- Voce tem de ver que muita gente que era daquela epoca ja' foi embora...
Aurita- E' verdade. E tem gente que esta' afastada...
Celia- A gente pode ver pelas fotos da epoca. A Rejane, a Nida... A Nida era uma gracinha... Mas eu entendo que essa gente ficou um pouco afastada por causa das criancas. A familia vai crescendo, as criancas exigem atencao o tempo todo... Os pais devem ficar muito ocupados... e nao tem condicao de irem em todas as reunioes, nas missas... Quero dizer, ate' poderiam ter mas... sei la', a barra deve pesar. Quando as criancas crescerem e nao exigirem tanta atencao dos pais, eles voltam.

Davilmar- Quem era o padre, quando voce comecou a frequentar a igreja, na rua 61?
Aurita- Era um padre americano, so tinha ele para rezar as missas. Agora o nome dele eu nao lembro. Gente, depois do meu acidente a minha memoria piorou. E quando olho os retratos, as vezes eu ate' posso conhecer as pessoas mas nao consigo me lembrar dos nomes... Sabe, eh tanta coisa acontecendo, o tempo vai passando... a gente tem de escrever e documentar tudo, se nao esquece mesmo.
Davilmar- Quem levou voce para a igreja, aqui em New York?
Aurita- Foi a Soninha. Agora eu vou dar um pulo no passado. Nessa epoca, alem de mim, a Marcia, a Fatima (a dentista), gente eu estou vendo todo eles agora... tinham umas meninas que eram de Manhattan, a Joventina... Nao adianta, nao consigo me lembrar dos nomes todos.... tinha a Tania Mara... O padre, nao era muito velho..., tinha a cabeca branca mas nao era muito velho. E quando acabava a missa, a gente voltava de trem, na maior farra!

Davilmar- Voce chegou a tomar conhecimento, naquela epoca, que a comunidade precisava encontrar outra igreja porque aquela ia ser demolida?
Aurita- Eu nao participava das reunioes onde essas conversas aconteciam, mas eu me lembro que fomos para uma igreja, na rua rua 34. Eu assisti algumas missas la'.
Celia- Eh, fomos para a igreja da rua 34. Depois disso chegou o Padre Luis.
Neto- Eu me lembro que, a missa para o Tom Jobim, foi rezada por ele.
Aurita- Depois, fomos para a igreja da rua 49. Em seguida fomos para uma igreja no Village, a Igreja de Nossa Senhora da Pompeia.

Davilmar- O que voce poderia nos dizer da primeira missa em portugues, aqui em Astoria?
Aurita- Foi uma Missa de Setimo Dia, para a mae do Anderson, mas nao consigo me lembrar o dia. Ja' ate' pensei em ligar para ele, no Brasil, para perguntar qual foi o dia. Eu ja' perguntei ao Miguel, mas ele nao lembra. Eu acho que essa missa foi celebrada pelo Padre Checon, na igreja de baixo. Teve a missa para a mae do Anderson e, teve tambem a Missa de Setimo Dia para a minha mae, que faleceu em 9 de fevereiro, e a dele foi no dia 23 do mesmo mes, em 1994.
Davilmar- O Padre Checon nao estava aqui em Nova Iorque nesta epoca, pelo que apuramos nas outras entrevistas.
Aurita- Na verdade, eu nao consigo me lembrar. Eu me confundo com a missa que foi celebrada para minha mae e a que foi celebrada para a Priscila, sobrinha da Elma, que foi rezada na igreja de baixo, pelo Padre Checon. Essa eu tenho certeza.

Davilmar- Voce quer dizer que a missa celebrada para a mae do Anderson foi a mesma celebrada para a sua mae?
Aurita- Foi sim. Foi para a minha mae e para a mae dele.

Davilmar- Mas teve tambem uma outra Missa de Setimo Dia, que foi rezada para outro brasileiro que havia falecido...
Celia- Eh... foi uma missa rezada para o irmao da Dra. Monique...
Aurita- Teve essa missa sim, que foi antes da missa da mae do Anderson e de minha mae. Essa missa foi celebrada na igreja de cima.
Celia- Parece que, depois dessa missa que foi celebrada para o irmao da Dra. Monique, o padre da MPB viu que havia um numero significativo de brasileiros aqui em Astoria e permitiu que a nossa comunidade tivesse acesso a igreja de baixo para as missas em Portugues.
Davilmar- Resumindo, pelo que apuramos ate' agora, a primeira missa em Portugues foi a celebrada para o irmao da Dra. Monique, e a primeira missa para a comunidade brasileira foi a celebrada para a mae do Anderson e sua mae.
Aurita- Isso mesmo.

Kiki- Teve uma missa que foi celebrada na igreja da rua 31, aqui em Astoria, pelo Padre Checon. Que missa foi essa?
Aurita- Minha filha, foi a Missa do Lava-Pes, voce nao lembra? Clarice, Rosana e Regina estavam aqui em Nova Iorque! A Semana Santa foi celebrada la'. Eu me lembro ate' da bacia branca de plastico que foi usada.
Kiki- Bom, eu nao me lembrava desses detalhes.

Davilmar- E dai pra frente, o que aconteceu com a comunidade brasileira?
Aurita- Ai o Grupo de Oracao passou a se reunir numa sala da MPB, uma vez por semana.
Davilmar-Voce quer dizer que, oficialmente, o Grupo de Oracao nao existia. Aurita- Sim.

Davilmar- Eu frequentei o Grupo de Oracao por uns tempos, la na' MPB, e nessa epoca todos assinavam um livro de presencas. Esse livro ainda existe?
Aurita- Deve existir, mas nao me lembro quem ficou com ele.
Celia- Alguem andou procurando por este livro e comentaram que ele teria ficado guardado junto com as coisas da igreja, mas o Padre Jose' Carlos disse que nao encontrou...
Aurita- Olha, tinha album de retratos, tinha muita coisa. Sumiu tudo...
Kiki- Eu me lembro que fizemos muitas festinhas ali naquela salinha...
Celia- Parece que haviam algumas caixas que foram transportadas da MPB para a Saint Patrick, dai' para o escritorio da Steinway e depois aqui para a Igreja Santa Rita.
Aurita- Pois e'... mas o pessoal que estava envolvido com estas mudancas que deixou perder... eu sei que ali tinham muitas coisas e muita informacao que poderiam ser uteis hoje em dia.

Celia- Voces ja falaram do Curso de Eucaristia?
Davilmar- Que curso?
Celia- Quando o Padre Luis criou o grupo de Ministros da Eucaristia...
Aurita- Foi o Padre Luis e o Padre Checon...
Davilmar- Nao tocamos neste assunto ainda. Voce poderia falar sobre isso?
Aurita- Isso aconteceu na Igreja Saint Patrick. O Padre Luis perguntou quem queria ser Ministro da Eucaristia. Inclusive, ele convidou a Elma, mas ela nao aceitou. Ele convidou o Adriano, da Alexandra, Seu Mendonca, Soninha, Cecilia, Elton, de Manhattan, Leda, Silvia e eu. Eu e a Silvia eramos da Igreja Saint Patrick, Soninha e Seu Mendonca, e Adriano eram da MPB, Elton e Leda eram da igreja de Manhattan.
Celia- E a Renata?
Aurita- A Renata nao fez o curso. Ela era da igreja de Manhattan, nessa epoca. O Padre Checon deu uma bencao para ela e a tornou Ministro da Eucaristia.

Davilmar- A Silvia que voce mencionou, e' a Silvia do Carlos?
Aurita- Nao... essa Silvia era uma que so' frequentou a Igreja Saint Patrick. Ela era uma baixinha que falava alto, e todos a chamavam, carinhosamente, de "Velha". Entao, o Padre Luis e o Padre Checon deram o curso pra' gente. Eu tenho todo o meu material de estudo guardado em uma pasta ate' hoje. Este foi o unico curso que eles deram. Se voce for na diocese e perguntar, o curso que eles ministram la' e' de apenas duas horas de duracao, entao, o que eles deram pra' gente e' muito mais profundo, porque durou cerca de quatro ou cinco semanas.

Davilmar- Neste curso eles mencionaram quando a missa pode ser celebrada sem a presenca do padre?
Aurita- E' o seguinte: na falta do padre, o ministro pode celebrar a missa, exceto a parte da consagracao. Outra coisa que o ministro da eucaristia nao pode fazer e' dar a bencao do Santissimo Sacramento. Nos podemos pegar o Santissimo e colocar no altar para as pessoas ficarem orando, mas nao podemos abencoar com o Santissimo Sacramento. Somente o padre pode fazer estas duas coisas. Se as hostias estiverem consagradas, nos podemos dar a comunhao para os fieis.

Davilmar- Houve uma ocasiao que foi celebrada uma missa sem a presenca do padre. Voce lembra quando foi?
Aurita- Eu nao estava presente, mas sei que esta missa foi celebrada pela Soninha e pelo Seu Mendonca.
Davilmar- A Soninha diz na entrevista dela que esta missa foi celebrada por voce, Mendonca e ela.
Aurita- Nao, eu nao estava nesta missa... ah, agora me lembro... eu estava sim. Inclusive, varias pessoas foram embora porque nao aceitaram que a missa fosse celebrada por um Ministro da Eucaristia. O que a gente faz e' muito simples. Tem as leituras que a gente faz, e o ritual que esta descrito no folheto e no livro. Inclusive, como tinha hostias consagradas, demos a comunhao, embora muita gente nao tenha aceitado.
Kiki- Sempre tem hostias consagradas no Santissimo, e sao essas hostias que os ministros podem ter acesso.
Aurita- Antes de comecar a missa, uma das tarefas dos ministros e' abrir o Santissimo e verificar se tem hostias consagradas. Se nao tem, ou se nao tem suficiente, a gente providencia para que mais hostias entrem com o ofertorio para serem consagradas pelo padre.

Davilmar- O Padre Luis ministrou outros cursos abertos para a comunidade ou foi apenas este curso para formacao de Ministros da Eucaristia? A Sonia diz, na entrevista dela, que ele deu varios cursos e que no inicio muitas pessoas assistiam, porem no final, o numero de pessoas ia diminuindo, razao pela qual ele teria desistido de ministrar mais cursos.
Celia- Mas isso continua acontecendo ate' hoje em dia. O Padre Jose' Carlos, por exemplo, tem dado tantos cursos para a comunidade. No comeco a sala fica cheia e la' pelo meio do curso as pessoas vao parando de ir, de forma que quando o curso chega no final so' tem mesmo uma meia duzia de gatos pingados, que por coincidencia, sao sempre os mesmos.
Aurita- O Padre Luis sentava com a gente e nos orientava como fazer a preparacao da missa. Eu sou grata a ele pelo muito que sei. Ele tinha muito capricho na preparacao de uma missa.
Celia- Aurita, comparando aquele tempo em que voce era uma pessoa super ativa na comunidade, participava do conselho, ajudava na missa e estava na frente de quase tudo, e atualmente., como voce ve nossa comunidade?
Aurita- Nossa comunidade evoluiu muito. Claro que quando eramos menores, a gente era mais unida, todos se conheciam. Hoje,nem sei quantos somos. As vezes me sinto perdida no tempo quando me lembro disso. Nossa comunidade cresceu muito e, claro que tem seus pontos altos e baixos. Nao podemos deixar de reconhecer que ela melhorou muito de la' para ca'. Mas, se olharmos direitinho, veremos que muitas coisas ainda podem ser melhoradas.

Celia- O que voce citaria dentre essas coisas que podem ser melhoradas?
Aurita- Ah, Celinha... tem muita coisa que pra andar vai ter que dar um empurrao.
Celia- Eh, parece que a diocese quer ter a participacao de mais brasileiros em outras areas. Por exemplo, Colege Point, Bay Side, Flushing... Mas, e' preciso um numero de pessoas suficiente para que outra comunidade seja formada.
Davilmar- E qual seria esse "numero de pessoas suficiente"?
Celia- Ah, o que a diocese pede... umas cincoenta pessoas, nao sei... Tem o Woodside, tambem, que tem igrejas que pode acolher uma comunidade brasileira. Tem uma meia-duzia de pessoas que querem mas estas pessoas sozinhas nao conseguem trazer mais gente para a igreja.
Aurita- E' o que eu queria falar, primeiro a gente tem de estruturar o lugar onde estamos para depois ir abrindo outras frentes, porque tudo o que se faz sem estrutura nao da' certo.
Celia- Eu tambem acho. Mas temos de ver que o Padre Jose' Carlos esta' so'. Se pelo menos tivessemos um outro padre estariamos em melhor situacao, principalmente em relacao aos jovens de nossa comunidade.
Aurita- Principalmente, essa parte dos jovens...

Celia- Por exemplo, essa e' a ultima turma de Primeira Comunhao da Cassia, porque ela esta' planejando voltar para o Brasil. E eu pergunto, quem vai ficar no lugar dela?
Aurita- Aninha! Ve-se a Aninha do Bigu pode. Ela e' quem fazia essa preparacao antes.
Celia- O Padre Jose Carlos disse que existem duas pessoas que estao sendo sondadas para isso.
Aurita- Pois pode falar que a Aninha esta' disponivel e vai querer dar essa preparacao. Foi ela e a Silvia que comecaram esse trabalho em nossa comunidade, la' na Saint Patrick. Gente, a Cassia esta' indo embora...
Celia- Ela tem se preparar para ir, e isso toma muito tempo, da' muito trabalho. Eu acho ela perfeita. Mas tudo se ajeita. Lembra quando a professora de Portugues saiu e que foi dificil encontrar uma substituta? Quando se pensava que nao iamos encontrar ninguem, a Nair apareceu. E a Nair e' otima, tambem.

Aurita
- A nossa comunidade e' nova e vai se estrutando aos poucos. Eu sempre fui catolica, mas nunca fui envolvida com as coisas da igreja como sou agora. E como eu, os demais tambem. Todos aprendemos aqui. Eu acho que Deus tinha um plano para mim. Por exemplo, toda a minha vida fui catolica, me criei dentro da igreja, mas eu nao era envolvida com nada. Ai, vim para a America e, aos poucos, fui me envolvendo e deu no que deu. Ja'me chamam ate' de beata. (risos). Tem hora que eu para e penso, "olha, eu fui sair do Brasil pra me envolver com a igreja aqui em Nova Iorque". So' pode ser o plano que Deus tinha para mim.
Davilmar- Voce quer dizer que esta teria sido a razao pela qual voce veio parar aqui, ou seja, participar ativamente de uma comunidade em formacao e trabalhar para que ela pudesse se consolidar e crescer como agora? Teria sido essa uma missao que Deus tinha para voce?
Aurita- Eu penso assim. Olha, eu sou uma mulher feliz, ja' tive muitos momentos de tristeza, ja' chorei muito, mas tambem ja' tive inumeros momentos alegres em minha vida. Ja' ri muito, assim como ja' tive momentos nos quais eu disse que nao iria mais botar meus pes la' na Igreja Santa Rita, por causa de aborrecimentos que tive com colegas. Mas eu pensava melhor e concluia que eu nao vou a igreja por causa de ninguem. Eu vou por causa de Jesus. Esta semana eu estava comentando com a Sonia como Deus e' bom. Na minha vida, por exemplo, Deus tem estado presente o tempo todo, e eu posso dizer que,apesar de todas as dificuldades que tenho enfrentado, sou uma pessoa feliz.

Davilmar- Aurita, para terminar, voce gostaria de fazer alguma colocacao, deixar alguma mensagem... Talvez voce gostaria que tivessemos feito uma pergunta e nao fizemos... Voce gostaria de comentar alguma coisa?
Aurita- Olha Davi, eu queria voltar aquele assunto dos jovens. Acho que a nossa igreja precisa fazer alguma coisa por eles. Eu sempre me coloquei a disposicao para ajudar no que for preciso e que esteja ao meu alcance. Essa e' uma preocupacao que eu tenho. Na minha opiniao, esse pessoal que esta faz parte do Conselho de Pastoral, mais o Padre Jose' Carlos, tem de fazer alguma coisa. Voce ve hoje a quantidade de criancas que existem em nossa comunidade, daqui ha' mais algum tempo eles serao os jovens dos quais estou falando. Temos de organizar um grupo para eles, dar mais assistencia e traze-los para a igreja.

Davilmar- Voce poderia citar alguns nomes de pessoas que, na sua opiniao, estariam aptas para coordenar a criacao e a manutencao de um grupo de jovens em nossa comunidade?
Aurita- Este e' um assunto delicado. Temos de encontrar alguem...
Davilmar- O que voce me diz, Celia?
Celia- Eu nao sei. So' sei que temos de encontrar alguem...
Kiki- Precisamos de uma direcao...

Davilmar- Na sua opiniao, Kiki, como deveria ser a estrutura de um grupo de jovens para funcionar bem em nossa comunidade?
Kiki- Ah, Davi... essa e' uma pergunta dificil de ser respondida... teria de ser uma pessoa que estivesse acostumada a dirigir um grupo de jovens, porque o jovem precisa de muito incentivo. Sem incentivo o jovem nao ira' a lugar nenhum.

Davilmar- Voces acham que temos alguem capaz de assumir esta responsabilidade ou teremos de buscar essa pessoa fora de nossa comunidade?
Kiki- Eu acho que a orientacao tem de vir de fora. Trazer alguem de fora para dirigir um grupo de jovens em nossa comunidade nao seria a solucao. Tem de ser alguem acostumado com esse tipo de trabalho, porque o jovem precisa de uma dinamica especial, ele precisa entender o sentido do que vem a ser uma igreja. Alem do mais, o jovem precisa de alguem que fale a sua linguagem e que transmita seguranca e confianca para que possa ser desenvolvido um trabalho produtivo, nao so' para o jovem como tambem para a igreja.

Davilmar- Na opiniao de voces, nos temos essa pessoa em nossa comunidade?
Kiki- Na minha opiniao, ainda nao temos essa pessoa em nosso meio.
Celia- Tambem acho que nao. Me lembro do Padre Roberto Lettieri falando na entrevista que fizemos com ele, que o jovem precisa da pessoa certa para falar com eles e a comunidade inteira tem de apoiar e ajudar.

Kiki
- Sempre me coloquei numa posicao de ajudar no que for possivel, porque eu acho que eu me adapto para qualquer tipo de trabalho. Eu nao tenho nenhum obstaculo em ajudar criancas, jovens, idoso, casais... nem nada. Na minha opiniao, o jovem tem de ser incluido em nossas atividades, ele nao pode ser isolado apenas num grupo com atividades para jovens. Eu acho que ele tem condicao de ajudar nos bastidores de um encontro de casais, como este que vamos ter no proximo sabado. Quando ele se perguntar "porque que eu estou fazendo isto?", ele tera' a resposta imediata, ele esta' fazendo isso porque os pais dele estao ali naquela reuniao, naquele encontro, aprendendo a se relacionar melhor um com o outro e com os filhos tambem.
Davilmar- Voce acha mesmo que isso seria possivel?
Kiki- Vou citar um exemplo, para mim, a melhor festa do Dia das Maes que ja' tivemos em nossa comunidade, da qual eu participei, foi uma que tivemos na Igreja Saint Patrick, onde os meninos se vestiram adquadamente e foram servir de garcons, e as maes nao foram para a cozinha. Na epoca, o Miguel e outros rapazes solteiros foram pra cozinha preparar a comida, lavar os pratos e fazer a arrumacao no final da festa. Na minha opiniao, esta foi a melhor festa do Dia das Maes que tivemos ate' agora. Se for uma festa para os jovens, quem deve preparar sao os pais.

Celia- Quando o Cardeal Dom Serafim visitou a nossa comunidade, a Taninha teve a ideia de colocar os jovens para ajudar como garcons. Ficou um trabalho muito bonito. Logico que ela deu uma "caixinha" para eles, mas a ideia de aproveitar o jovem, de integrar o jovem nas atividades da comunidade foi maravilhosa. O jovem precisa ser valorizado e seu trabalho ser apreciado. Ele precisa ser reconhecido pela sua comunidade como elemento produtivo e estimulado a continuar participando.
Kiki- Volto a falar, essa ajuda para os nossos jovens tem de vir de fora. Eu ja' estou cansada de dizer isto.
Aurita- Eu tambem acho.

Celia
- Vamos voltar a discutir este assunto no conselho. O mes de setembro e' o mes dedicado a formacao de grupos de trabalho, de formacao paroquial, e o Padre Jose' Carlos vai fazer um trabalho voltado para a evangelizacao, etc. Com relacao ao jovem, ele bate o pe' e afirma que a igreja nao tem recursos financeiros para preparar alguem para cuidar dos jovens. Na minha opiniao, se nao tem dinheiro agora para preparar esta pessoa, nao teremos igreja no futuro. O jovem e' o futuro da nossa igreja. Eu acredito que a realidade e' que a nossa igreja ainda nao tem um plano de trabalho voltado para a juventude, dai' ficarem esperando que a comunidade tome a frente e passe a cuidar deste assunto.
Aurita- Acho que o nosso padre tem de estar na frente para tomar estas providencias e dar o apoio para quem for encarregado desta tarefa.
Celia- Na proxima reuniao do conselho vou voltar a tocar neste assunto outra vez. Nao tem dinheiro, nao importa, da'-se um jeito. Se for preciso, cria-se um fundo especifico para isso.

Neto- Um psicologo custa $100,000.00 por ano. Onde e' que nos vamos arranjar esse dinheiro?
Celia- Uai, e porque que teria de ser um psicologo?
Neto- "Porque que teria de ser um psicologo?" voce quer ser responsavel para cuidar desses jovens?
Aurita- Neto, o que temos de fazer e' ir no Brasil e ver como este assunto e' tratado la',para podermos estruturar aqui...
Neto- Nao adianta! No Brasil e' a realidade e' outra.
Aurita- Certo, mas precisamos de estruturar este trabalho, porque sem estrutura nada da' certo. As empresas nao programam tudo?
Celia- Eh, temos de ter um plano. A outras igrejas que tem dedicado mais atencao aos jovens, a igreja onde a minha filha estuda, por exemplo, eu tenho conversado com os pais e eles tem programas especificos para os jovens. O envolvimento dos jovens na igreja croata, e' fantastico! Eles tem um um programa voltado para os jovens. Mas tem uma diferenca, a comunidade deles tem mais recursos, porque esse pessoal tem raizes aqui. Nao e' como na nossa comunidade, onde as pessoas vem para ca' fazer faxina, juntar um dinheirinho e voltar para o Brasil.

Davilmar- Eu participei de uma reuniao com mais algumas pessoas e o padre Jose' Carlos, onde ele disse que, com relacao aos jovens, o primeiro passo seria formar um grupo de trabalho para entrar em contato com a comunidade croata, ver como era o trabalho deles neste setor e, em seguida, contactar a diocese para ver que tipode ajuda poderiamos obter.
Celia- Parece que a pessoa escolhida para dar este primeiro passo nao tinha condicoes de fazer este trabalho. Pensou-se em outra pessoa tambem, mas a ideia nao evoluiu. Agora esse plano nao foi para a frente porque ele ficou doente, em seguida foi para Portugal e quando retornou foi para o Brasil. E depois ninguem mais lembrou de retomar o assunto.

Kiki- Voltando ao que o Neto disse ainda ha' pouco, eu acho que em vez de psicologo, esses jovens precisam e' de mais evangelizacao.
Davilmar- Eu acho que esse e' um dos aspectos que precisam ser abordados, mas pegar o jovem e colocar ele para ajudar a preparar uma missa nao vai funcionar...
Kiki- Nao, nao, nao e' isso nao, gente! O trabalho que eu conheco com o jovem no Brasil, nao e' assim nao.
Celia- Mas, essa forma de trabalhar com o jovem no Brasil, voce conheceu ha' quantos anos atras?
Aurita- Mas Celia, minha filha, a estrutura e' a mesma!
Celia- O que eu quero dizer que nao podemos abordar o jovem de hoje com metodos de 30 anos atras.
Kiki- Mas e' esse metodo que eu gostaria de transportar para o mundo de hoje, Celia. E depois, o Brasil de hoje nao utiliza o mesmo metodo de 30 anos atras.
Celia- Como e' hoje?
Kiki- Vou lhe falar, e' a maneira de se comunicar. Quando eu vou nas reunioes da Rosa Mistica, por exemplo, eu nao gosto da maneira que certas pessoas fazem uso da palavra para explicar certas passagens biblicas. Eles precisam utilizar uma linguagem mais atualizada. Na minha opiniao, um trabalho desse tipo com o jovem, tem de fazer uso de uma linguagem atual, do mundo de hoje.

Neto- A nossa realidade e' que nos somos uma comunidade de trabalhadores sem raizes. Nos viemos para ca', constituimos familias e o que acontece e' que os nossos filhos tem raizes e nos nao temos. Daqui ha' 30 anos, vamos ter um bando de brasileiros aposentados que vai acabar sendo voluntarios na igreja, porque eles nao vao ter nada para fazer. Vai ser eu, vai ser voce, vai ser o Davi, etc. Ai' a igreja vai ter a mao de obra que ela precisa! Hoje essa mao de obra nao existe. Ninguem pode sair ao meio-dia e ir dar assistencia a um jovem que esteja com um problema serio. Nao temos tempo para isso. Eu tenho feito isso, ou seja, sair do meu trabalho para ir a igreja providenciar alguma coisa ou participar de uma reuniao de emergencia, porque eu sou o dono da empresa onde eu trabalho. Voces nao podem fazer isso porque voces precisam trabalhar. Ninguem pode, gente! Essa e' a nossa realidade!
Davilmar- Porque que no Brasil e' diferente?
Neto- Porque tem muita gente que ja' se aposentou, e pode dedicar uma parcela do seu tempo para ajudar na igreja. Mesmo assim, nao e' tanta gente assim como era no meu tempo ou no seu tempo. Eu vejo a minha sogra, por exemplo, tentando levantar uma igreja la' no Brasil, vivendo as voltas com problema para contratar gente para trabalhar porque nao tem voluntarios. O padre de la' virou-se para mim e disse "Neto, so' muda a mosca..." Aqui e' do mesmo jeito, o grupo de jovens vai comecar e depois eles vao sumir. E' preciso que tenha uma pessoa, sentada num escritorio la' dentro da igreja, todos os dias, ligando pra' um e pra outro.
Davilmar- As igrejas protestantes conseguem resolver isso. Porque nos nao conseguimos?
Neto- Porque elas pagam um profissional para fazer esse trabalho. Esse profissional tem um emprego de coordenador do grupo de jovens, e ele ganha para fazer isso da mesma forma que voce ganha para fazer o seu trabalho. Agora, porque que na igreja catolica essa pessoa que vai fazer esse trabalho tem de ser um voluntaria? So' aposentado e' que vai fazer isso.

Nota: Esta entrevista foi feita no dia 12 de janeiro de 2008. O material, aqui transcrito, deve ser analisado considerando todas as implicacoes daquela epoca, embora o mesmo quadro, quando observado de uma certa distancia possa apresentar a mesma tonalidade com relacao a alguns aspectos.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Prata da Casa- DENISE & LUIS FERNANDO SILVEIRA

Me chamo Denise Egidio da Silveira, e vivo em New York ha' 10 anos. Sou natural de Pirapora, no interior de Minas Gerais, mas me criei em Belo Horizonte. Cheguei a esta cidade no dia 04 de setembro de 1997. Sou professora no Brasil e, alem dar aulas da primeira a quarta serie, eu trabalhava em uma agencia de compra e venda de telefones. Naquela epoca se vendia e comprava telefones no Brasil.

Como a maioria das pessoas costumam fazer, infelizmente, eu nao era uma catolica praticante quando vivia no Brasil. E nem aqui, quando cheguei. O meu encontro com Deus aconteceu naquele ano em que o nosso Padre Jose' Carlos da Silva passou mal em Dembury, acho que em 2004. Foi neste ano que eu conheci Jesus. Neste encontro eu fui batizada no Espirito Santo. Foi durante uma palestra feita pelo Rodrigo. A partir daquele instante eu reconheco que passei a ser catolica.

Algumas pessoas me perguntam o que eu senti naquele momento, mas eu nao sei como responder. O Padre Jose Carlos disse outro dia em uma homilia que, a partir do momento que a Samaritana teve aquele encontro com Jesus, ela passou a ser outra pessoa. Eu so' sei que e' uma experiencia maravilhosa! Deus tem uma hora certa para cada filho e filha e, naquele momento eu fui abencoada. Haviam muitas pessoas naquele encontro e eu espero que outras pessoas tenham tido tambem essa felicidade.

Eu e meu esposo, o Luis Fernando, pertencemos a Pastoral da Familia, Pastoral do Batismo, Equipes de Nossa Senhora, que sao os Grupos de Casais. Nos empenhamos em formar grupos de casais. Recentemente, formamos dois grupos, um de casais casados na Igreja e outro de casais nao casados na Igreja. Se Deus quiser, brevemene estaremos formando mais um grupo de casais nao casados na Igreja. Alem disso, fazemos parte do Conselho de Pastoral.

Quando saimos do Brasil e viemos para este pais, como a maioria das pessoas o nosso objetivo era juntar dinheiro e, aqui, gracas a Deus descobrimos Jesus. Tambem ja' descobrimos que o que Ele quer da gente e' que cuidemos da familia, de modo que estamos aqui nesta comunidade, com a nossa santa ignorancia, nossa pequenes, para tentar restaurar as familias. Fazemos um trabalho de ajuda e orientacao a familia por inteiro, dando especial atencao a crianca, para evitar que se tornem casais frustrados e familias deterioradas. O Luis esta' se dedicando por inteiro agora com o Projeto Pequenos Pelicanos, onde a crianca tem aulas de futebol e aprende sobre a necessidade de ter Jesus na vida deles. O nosso objetivo e' trabalhar pela familia. A gente gostaria de agarrar todas as familias como se fossem uma so', orientar os casais que estao com problemas e os fihos que estao afastados da Igreja. Esta e' a missao que Jesus nos confiou. Nos sentimos felizes em poder ajudar as familias de nossa comunidade.

Muitas vezes, quando convidamos os casais para participarem deste trabalho em nossa comunidade, muitos dizem Nao. A gente se sente frustrada porque temos a certeza que eles estao dizendo Nao para Deus. Deus faz uso de leigos como a gente para anunciar a palavra d'Ele. Eu gostaria de pedir a essas pessoas para se sentirem acolhidas pela gente para fazerem parte desta grande familia que e' a famlia de Deus. Queriamos que essas pessoas nos dessem a oportunidade de mostrar para elas o nosso trabalho com os grupos de casais, com os jovens, e que elas se disponham a participarem conosco nesta missao.

Nota: A Denise foi escolhida, em votacao, para receber a Shining Star 2008, concedida pelo Catholic Migration Office, da Diocese de Brooklyn, anualmente, para homenagear Very Special Immigrants. A homenagem sera' prestada em 03 de outubro de 2008. Vamos prestigiar nossa Shining Star comparecendo a este jantar!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Jantar do Dia das Maes

Foi realizado no dia 17 de Maio e contou com a presenca de mais de 250 pessoas de nossa comunidade. A festa foi um sucesso, gracas ao esforco e dedicacao da Equipe de Festas do Apostolado Brasileiro, coordenada pela Ana Alves, Denise Silveira, Alexsandra Silva e Nair Marques. A comida estava excelente, gracas ao trabalho do chefe Tiago.

A decoracao do salao, nas cores amarelo e branco, foi um destaque na noite. Os arranjos de flores colocados nas mesas atestaram o bom gosto da equipe de decoracao. O show de slides, apresentados no telao, um trabalho magnifico do Cesar, mostrou durante toda a festa, diversas maes e familiares de nossa comunidade. A animacao, eficiente, esteve a cargo do Edgar Alves, Adriano e Marcos.

Parabens a todos que contribuiram com o esforco e dedicacao, para o sucesso desta festa! Cumprimentos extesivos a Ricardo Pimentel, Eliane, Nancy, Mara, Sueli, Vera, Monica, Bigu, Ronaldo, Ruth, Gabriele, Stephanie, Alexandra, Dona Jesus, Neto e membros da Equipe da Novena de Natal.
Veja mais fotos do Jantar do Dia das Maes-2008 http://picasaweb.google.com/davysantos/FotosByRicardoPimentelgle.com/davysantos/FotosByRicardoPimentel

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Prata da Casa- JOSE' CRUZ MENDONCA

Todos me conhecem como Mendonca, mas o meu nome e' Jose' Cruz Mendonca. Sou natural de Para' de Minas, em Minas Gerais, e cheguei a New York em 15 de junho de 1965, portanto, vivo neste pais ha 43 anos. No Brasil, eu era agrimensor, fazia medicoes e demarcacao de terras, e atuava como perito oficial indicado pelo Juiz de Direito.

Nesta epoca eu era catolico, mas nao era praticante. Ia a missa de vez em quando, e quando ia costumava sair da Igreja na hora em que o padre comecava a leitura do Evangelho. Fazia isso por falta de conhecimento da importancia que tem a leitura da Palavra de Deus. Quando eu via que o padre tinha acabo o sermao, eu retornava para dentro da Igreja.

Quando cheguei a este pais, eu nao procurei a Igreja de imediato. Fiquei, como muitas pessoas que aqui chegam, mais preocupado com ganhar e mandar dinheiro para o Brasil. Fiz isso durante uns cinco anos, so' pensando em trabalhar e fazer dinheiro. Eu trabalhava durante todos os dias da semana. Depois de um ano nesta vida, eu retornei ao Brasil, me casei e voltei para New York com a minha mulher.

Meu primeiro contato com a comunidade brasileira foi no restaurante, onde eu trabalhava como busy-boy. Junto comigo, eramos doze brasileiros, e trabalhavamos ali em frente a Igreja Saint Patrick, no numero 666 da 5a. Avenida. Este restaurante, que fica no 39 andar, existe ate' hoje. Eu me lembro, dessa epoca, do Ari, da 46, que trabalhava com importacao e exportacao e do Benito Romeiro. Nessa epoca. New York tinha apenas dois restaurantes brasileiros, que eram a Cabana Carioca e o The Brazilians.

Eu costumava frequentar a Igreja de Saint Patrick, por ser pertinho do meu trabalho, onde eu assistia as missas em ingles. A primeira missa em portugues que eu assisti foi na Igreja Most Precious Blood, com o padre Checon. Nao me lembro, exatamente, quem me indicou esta igreja, so' sei que foi atraves de algum amigo brasileiro dessa epoca. De 1988 para ca' eu tenho frequentado a igreja regularmente.

Acredito que, uns cinco anos depois, fui graduado como Ministro da Eucaristia, juntamente com a Aurita, a Sonia, num curso que foi orientado pelo Padre Luis que, inclusive, nos deu os livros que deveriamos ler para o exame que foi prestado junto a um bispo de Sao Paulo, cujo nome nao me lembro agora.

Como Ministro da Eucaristia, temos de ajudar o padre nas celebracoes das missas e, quando necessario, levamos a Eucaristia aos doentes que nao podem vir a igreja. Alem disso, tenho ajudado na Pastoral do Batismo, preparando os pais e os padrinhos para a cermonia, e tenho feito pregacoes nas casas quando sou convidado, e tenho acompanhado, sempre que posso, a Rosa Mistica todas as segunda-feiras. O trabalho de auxiliar o padre na celebracao das missas e' feito em conjunto com a Aurita e Sonia, sob a coordenacao do Padre Jose' Carlos. E' ele quem determina o que e quando devemos fazer. Na qualidade de Ministros da Eucaristia, nos temos de nos apresentar bem vestidos e temos de prestar obediencia ao nosso padre.

Como cristao, eu estou sempre procurando me atualizar atraves de cursos biblicos que tenho feito em diversas entidades catolicas. Ha' algum tempo atras, eu divulgava a Palavra de Deus numa emissora de radio, no Bronx. Fiz isso durante dois anos.

Para concluir, eu queria pedir a nossa comunidade para se fazer mais presente aos acontecimentos da Igreja, e que procurem ler a Biblia Sagrada para tomar conhecimento da Palavra de Deus.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Prata da Casa- OTAVIO & CLAUDIA EMILIO DE MELO

Me chamo Otavio Emilio de Melo, sou casado com Claudia de Melo, e vimos de Para' de Minas, uma cidade mineira, distante 65 kms de Belo Horizonte. Chegamos a New York no dia 02 de Fevereiro, de 2002, e fomos direto para a Igreja Most Precious Blood, aqui em Astoria, para agradecer a Deus pela nossa viagem. Fomos introduzidos na comunidade brasileira pelo Senhor Jose' Cruz Mendonca, que e' tambem de Para' de Minas.

Aqui no Apostolado Brasileiro, somos Ministros da Eucaristia. O nosso trabalho neste ministerio consiste em auxiliar o sacerdote durante a Missa e levar a Eucaristia as casas das pessoas doentes. A nossa preparacao para este Ministerio foi feita, no Brasil, atraves de um curso ministrado pela Igreja. Dois anos depois de terminado este curso, a Diocese de Divinopolis, em Minas Gerais, nos outourgou o Diploma de Ministro da Eucaristia. Isto aconteceu em 1998, na Paroquia Nossa Senhora da Conceicao, em Para' de Minas.

Assim que chegamos em New York, nos apresentamos ao padre Checon, ainda Igreja Most Precious Blood, e mostramos nosso diploma para ele e, em seguida ele nos aceitou como Ministros da Eucaristia. Mais tarde, no mesmo ano de 2002, com a chegada do Padre Jose' Carlos da Silva, nos apresentamos a ele como pessoas credenciadas a exercerem o Ministerio da Eucaristia, e ele nos aceitou, de modo que estamos aqui ate' hoje, com a graca de Deus.

Para finalizar, gostariamos de acrescentar que, no Brasil, pelo menos na paroquia onde servimos, o Ministerio da Eucaristia e' outorgado a uma pessoa pelo prazo de quatro anos. A renovacao deste periodo fica a criterio do padre da paroquia, naquela epoca, o Padre Francisco Pereira. Mas, na verdade, foi o proprio bispo da Diocese de Divinopolis, Dom Jose' Belvino do Nascimento, quem nos convocou para renovar o nosso compromisso de servimos como Ministros da Eucaristia por outro periodo. Mas sabemos que fica a criterio do padre de cada paroquia a renovacao deste compromisso, principalmente visando nao somente a renovacao do quadro de pessoas que servem neste ministerio como tambem a dar oportunidades a outros leigos para que eles possam, tambem, servir a Igreja nesta importante funcao.

Prata da Casa- EDGAR ALVES

Sou Edgar Jorge da Silva Alves, mais conhecido como Edgar Alves. Vim do Rio de Janeiro, mais especificamente, de Copacabana, como todo bom carioca. Minha ultima residência no Brasil, foi na Rua Princesa Isabel 412, casa 18, uma vila ao lado do Teatro Villa Lobos, na boca do Túnel Novo, alí no Leme. Cheguei em New York em novembro de 1990, há 18 anos. Sou casado com a Ana (Alves), há 33 anos.

Nos meus primeiros anos de América, não tive um relacionamento muito próximo com a comunidade brasileira. Conhecia alguns brasileiros mas nunca tive um relacionamento a nível de atividades comunitárias. Naquela época, não havia tantos brasileiros como agora.

A primeira vez que isso aconteceu, ou seja, de me relacionar com brasileiros, no caso a nossa comunidade católica foi, por uma fatalidade da vida, por ocasião da morte do filho de um dentista brasileiro, ambos nossos amigos. Nesta ocasiao, teve uma missa na Igreja Most Precious Blood, aqui em Astoria, e foi assim que eu fiquei sabendo que existia missa em português aqui em Nova Iorque. Até então eu ainda não tinha assistido uma missa em português. Eu e a Ana costumávamos assistir missas em inglês e em espanhol.

Posso dizer que fui apenas para assistir aquela missa, mas aí eu fiquei conhecendo o Padre Checon. Conversamos, e eu disse para ele que eu havia participado de grupos de jovens no Brasil, que eu e a Ana havíamos feito o Curso de Líder Cristão, que nos conhecemos dentro de um grupo de jovens, que eu já tocava nos grupos de igrejas desde os meus quinze anos de idade, e que se ele precisasse de alguém era só me deixar saber.

Foi ai´que ele me apresentou ao Valdemir e a Regininha, que já tocavam no grupo nessa época, e eu comecei a participar com eles, tocando violão. O Valdemir, tocava violão e era o cantor solo. Tinha também a Sueli cantando, e a Marina tocando violão de vez em quando. Essa era a parte musical. No grupo vocal tinha muita gente. O Tião tambem cantava. Mas a maioria era gente que chegava, cantava e nao era muito assíduo. Eram, mais ou menos, umas dez pessoas. E estou aí, até hoje. Já fazem mais de 12 anos. Não, já são 14 ou 15 anos. Desde 1992, ou seja, 16 anos de participação.

No finalzinho da participação do Valdemir eu passei a usar a parte musical da minha vida de igreja e a gente viu que a coisa funcionava. À partir do momento que eu assumi como responsável, o grupo passou a ter uma conscientização musical no sentido de coral. Por essa época, a Gabi (Gabrielle Assunção) começou a participar e foi quando eu comecei a dividir as vozes. Agora, ficou melhor mesmo foi de uns tres anos para cá, quando eu conheci o Ken. Aí eu juntei a minha parte de teoria musical a nível de música e ele entrou com a teoria musical a nível de partitura.

Tanto eu quanto ele, fazemos os arranjos. Como ele tem o conhecimento técnico, fica mais fácil. Eu diria que, depois que nos conhecemos, o grupo passou a cantar como um coral de verdade. Isso pode ser visto, principalmente quando a gente junta os corais para os eventos especiais, tanto em inglês quanto em português, e que a gente faz essa divisão de vozes. Eu diria que, até então, a gente cantava como uma banda, não como um coral.

Eu e o Ken cantamos por prazer e as nossas participações, ou seja, quando tocamos juntos, é algo puramente voluntário. Não existe transação financeira. Agora, se eu não for para a Flórida, partirei para um trabalho, realmente, profissional, com ele. Vamos gravar um CD e o pessoal que canta com a gente vai participar, mas será uma iniciativa totalmente separada da igreja. Aqui e agora, o nosso trabalho à nível musical, é algo totalmente beneficiente, sem vínculo financeiro nenhum.

Já me propuseram pagar uma certa quantia, mas eu disse que não queria. Na ocasião, sugerí que, se quisessem pagar alguma coisa, que pagassem cursos para as meninas que cantam com a gente. Quem paga para a Gabi é a mãe dela, a Ruth, e quem paga para a Stephanie é a mãe dela, a Alexssandra. Elas são meninas jovens e precisam ter um incentivo de uma comunidade que precisa delas. Quando essas meninas crescerem, elas não vão depender da comunidade brasileira para cantar em inglês ou em português. E na hora que um músico do meu calibre ou do Ken ouví-las cantando, ele vai convidá-la para cantar profissionalmente. Elas tem potencial para cantar em qualquer coral. A gente percebe que a Stephanie tem um estilo voltado para o canto em coral, enquanto que a Gabi é mais solista. Ela faz uma coisa dificílima em música, que não é qualquer um que faz, a harmonia musical. Agora, o que acontece é que isso não é muito notado porque eu tenho procurado não individualizar vozes,ou seja, não dar estrelato a quem canta no coral.

Considero a particpação musical dentro de um conceito litúrgico, de uma maneira geral, um show. E porque? Porque toda arte é um show. Agora, existem várias ramificações para um show. O show que nós damos, dentro de um conceito litúrgico, é fazer com que as vozes, e a parte musical consigam tocar o coração de cada um. E às vezes, e eu disse isso numa entrevista em inglês, voce não sabe o que fez voce entrar hoje dentro de uma igreja. Muitas vezes, somente a parte lida nao lhe passa muita coisa, e uma melodia, uma voz mais romântica, mais angelical, consegue lhe tocar de uma forma mais eficiente do que a própria leitura. Voce pode converter ou reverter um processo. Quando voce balança o seu corpo, quando voce fecha os olhos para cantar, o que voce está fazendo é, nada mais, nada menos, do que deixar a música entrar dentro de voce, passando pelos seus dedos ou sua voz. Este é o meu conceito de música.

Nota- O coral está aberto para adultos e criancas que tenham interesse em cantar durante as missas, desde que compareça aos ensaios. Atualmente, o coral ensaia na igreja, aos sábados, de 12:00 pm às 4:30 pm. Para maiores detalhes, favor entrar em contato com o Edgar.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Prata da Casa- SEBASTIAO FERREIRA

Me chamo Sebastião Gonçalves Ferreira, nasci em Belo Horizonte, a capital mineira. Cheguei em Nova Iorque em outubro de 1991 e retornei ao Brasil depois de 7 anos. Em 12 de abril de 2001, eu retornei a esta cidade, e permaneci ate’ agora, ou seja, já fez 7 anos outra vez. Quando cheguei a esta cidade pela primeira vez, morei um mês em uma pensão de uma senhora brasileira, chamada dona Rita, até encontrar uma amiga que vivia aqui e que era, vamos dizer, uma irmã de criação. Na verdade, essa senhora morou em nossa casa, no Brasil, por uns tempos, e a mamãe adotou ela como filha. Ela acabou casando com um porto riquenho e veio morar aqui em Nova Iorque. Morei com eles cerca de 2 anos.

Ter encontrado essa amiga aqui, sem falar nada de ingles, e sem conhecer ninguém, foi um fato muito interessante e que eu consider como um milagre de Nossa Senhora. Tem até uma história muito bonita a esse respeito que eu gostaria de contar prá voces numa outra hora. Nesse época eu não tive contacto com nenhum brasileiro aqui na América, e não tive notícia da existência de nenhuma comunidade brasileira em Nova Iorque. Eu trabalho, atualmente, como assistente de um engenheiro brasileiro numa empresa de fire/alarme. Este engenheiro produz os sistemas de alarmes e presta serviço para as Côrtes e para a Prefeitura de New York.

Depois daqueles dois anos iniciais, mudei-me para Astoria, e foi quando eu fiz os primeiros contatos com alguns brasileiros, a maioria são membros ativos de nossa comunidade católica, atualmente. Era uma turma que tinha muita vontade de criar uma comunidade mas, ainda não era um grupo organizado. Acredito que, por essa época, algumas pessoas deste grupo comecaram a frequentar uma igreja que tinha na rua 61, em Manhattan, e que tenham tomado a iniciativa de dar os primeiros passos no sentido de criar uma comunidade. Não queria citar nenhum nome pois tenho receio de omitir algumas pessoas. Todos foram importantes e eu os consider os pioneiros de nossa comunidade católica. Elma Reis, era uma dessas pessoas. Me lembro tambem da Regina e o atual marido, o Silvino. Hoje eles moram na Flórida. Tem a Soninha e a Aurita. Claro que não me lembro de todos eles, mas essas pessoas trabalharam muito para a criação desta comunidade que temos aqui hoje. Isso aconteceu por volta de 1992. Foi nessa época, que a Elma me convidou para assistir uma missa nesta igreja da rua 61, em Manhattan, cujo celebrante era um padre espanhol que falava português. A partir daí, foi que começamos a ter missas em nossa lingual. Foi nessa época que eu comecei a participar, cantando no coral. Acredito que este foi o início da nossa comunidade.

No Brasil, eu tive alguma experiência de trabalhar em um grupo que existia na Igreja de São Geraldo, no bairro de Rio Branco, em Belo Horizonte. Eu era uma espécie de auxiliar-geral e, vez por outra, fazia parte do Grupo da Liturgia. Mas não cheguei a ser um membro assíduo. Eu ia mais nos finais de semana. Mas eu sou filho de pais ativos na nossa comunidade católica. Meu pai, hoje falecido, José Gonçalves Ferreira, e minha mãe, Joana Matos da Silva, falecida depois que eu vim para a América, eram membros ativos da comunidade de lá. Meu pai, inclusive, era o responsável por uma igreja, na cidade de Sumidouro, perto da minha terra natal.

No início de nossa comunidade, aqui em Astoria, eu cheguei a ser um dos membros ativos, organizando a Liturgia, isso na época do Padre Checon e Padre Luiz, e participando do coral. Eu sempre gostei de cantar. Parei de cantar depois que eu tive um encontro com o Padre Roberto Lettieri, quando ele esteve em Boston e me conscientizei de que o momento em que voce recebea comunhão é muito especial e é um momento de silêncio absoluto de de voce para com Deus.Muitas vezes eu não me sentia muito a vontade recebendo a comunhão e ter de cantar ou de continuar cantando. Na minha opinião voce precisa ter um momento de interiorização depois que voce comunga. Daí eu ter preferido me ocupar mais auxiliando na liturgia, onde posso fazer leituras ou mesmo ser o comentarista das missas. Eu estou me aperfeiçoando com o tempo. Ninguém sabe tudo. Dentro das limitações que tenho com os meus horários, eu me coloco à disposição para ajudar em tudo que for preciso aqui na nossa comunidade.

Bom, além do que tive a oportunidade de falar nesta entrevista, eu quero acrescentar que, vejo esta nossa comunidade como uma família que eu ví nascer, ajudei ela crescer e estou no meio dela. Quando estive no Brasil eu sentí muita falta de tudo isso aqui porque eu amo todas as minhas irmãs e irmãos. A gente, que vive sozinho nesta terra, encontrar e fazer parte de uma comunidade como essa, preenche o vazio que existe em nosso coracao. Retornar ao Brasil depois de ter perdido o maior tesouro da minha vida, a minha mãe, me fez sentir essa realidade em toda a sua extensãso. Ficou uma lacuna muito grande dentro de mim e, tão logo tive oportunidade, retornei para o seio desta comunidade. Daqui só saio se for da vontade de Deus.

Quero aproveitar essa oportunidade para lembrar aos que permanecem aqui, da necessidade de reconhecer o esfôrço e o trabalho daqueles que ajudaram a criar esta comunidade e que tiveram que mudar para outro lugar ou retornar ao Brasil. Mesmo não estando aqui entre nós elas continuam sendo parte desta comunidade. A Cecília e o Xisto, a Rosângela Lima, que foram grandes líderes no início da comunidade. São muitos, e eu não queria citar nomes porque acabo esquecendo alguns. Eu por exemplo, criei e mantenho uma lista telefônica com os nomes de todas essas pessoas e, de vez em quando, faço um contato com um ou com outro, só prá saber como estão e dar noticia de nossa comunidade. Além disso, tenho uma quantidade enorme de fotos que eu fiz desta comunidade ao longo desses anos, e este acêrvo está no Brasil. Um dia eu trarei essas fotos e passarei para voce colocar neste trabalho de registro que voce vem fazendo. Ironicamente, eu fui a pessoa que mais fotografou nesta comunidade e sou o menos fotografado.

Agora, não é só lembrar dessas pessoas que já não vivem aqui nesta cidade, precisamos também reconhecer e valorizar o trabalho dos que permanecem aqui, dando continuidade a este trabalho. Éo caso da Aurita, Dona Zélia, Soninha, Neto, o pessoal do coral e a Alexssandra,por exemplo. Que os demais que eu não mencionei os nomes mem perdoem. Agora, nao podemos deixar de agradecer muito ao nosso Padre José Carlos, essa pessoa maravilhosa que chegou na hora que esta comunidade mais precisava dele. Graças à determinação e ao esfôrco dele hoje podemos dizer que a nossa comunidade chegou ao topo.

Entrevista concedida a Davilmar Santos, em 13/julho 2008.